domingo, 31 de maio de 2015

Arte na Educação Infantil







Até recentemente a educação infantil não estava inserida no ciclo básico, mas a Lei de Diretrizes e Bases da Educação  9.394/96 permitiu que este estágio pedagógico encontrasse sua própria posição no esforço de formação das crianças; da mesma forma a arte abriu caminho neste espaço pioneiro, uma vez que ela exerce uma tarefa essencial nesta esfera educacional, englobando os fatores do conhecimento, da sensibilidade e da cultura.
A criança tem uma mentalidade semelhante à do artista, pois ambos ingressam facilmente no universo do faz de conta, aplicando o dom de fantasiar a tudo e fingindo que algo é, na verdade, alguma coisa bem diferente. Assim, um mero traço pode se converter no telhado de uma casa.
Tanto os infantes quanto os artífices vêem as coisas a sua volta de uma forma especial, pois sua percepção mais apurada e sensível lhes permite significar o mundo por meio de configurações únicas. Eles usam suas faculdades, mais penetrantes do que as dos meros mortais, para idear, criar e simbolizar.


Este surto criativo permanece na criança até cerca de 6 ou 7 anos de idade, por conta de inúmeros fatores psíquicos, e a partir deste momento a maior parte dos indivíduos deixa de lado esta tendência potencial e segue outros caminhos. Infelizmente os movimentos pedagógicos dominantes, ao invés de estimular os futuros adultos a desenvolverem seus dons artísticos, optam por refrear os impulsos criativos e a livre capacidade de expressão dos aprendizes.
Assim, a educação, que deveria privilegiar a liberdade de manifestação dos alunos, acaba por reprimir o lado perceptivo das crianças, antes que possa ser plenamente aprimorado. Os professores levam para as salas de aula seus pontos de vista sobre a arte, o qual espelha o discurso predominante na esfera social. Assim, eles reforçam determinadas ideias, como, por exemplo, a de que a produção artística é algo que emana do nada, da mente de um gênio criador.
Pesquisas recentes indicam que o ensino de arte na educação infantil ainda parte do antigo conceito de ‘belas-artes’, o qual confere às obras um significado geral e inalterável; da mesma forma os métodos pedagógicos, neste campo, fundamentam-se em enfoques empíricos e / ou inatos, ou seja, referentes àquilo que já nasce com o Homem.
Desta forma, a ideia que estes professores têm sobre o ensino da arte reflete-se nos seus planejamentos, na aplicação dos métodos à prática pedagógica, na seleção dos instrumentos com os quais os alunos irão trabalhar, e na própria interação do aluno com esta disciplina. Não é de se admirar, portanto, que eles ofereçam aos estudantes atividades que envolvem a pintura de imagens mimeografadas, cópias de linhas distintas, colagens sobre formatos anteriormente elaborados pelos mestres, bem como o aprendizado de variadas técnicas artísticas.
A maior parte dos educadores não leva em conta que tais metodologias estão completamente defasadas dos modernos mecanismos de interação com o campo visual, não se ajustam à relação que, desde cedo, as crianças mantêm com o universo imagético. Além disso, o suprimento de modelos que devem ser reproduzidos implica na imposição da visão de arte do professor e, por extensão, da sociedade, o que definitivamente tolhe o impulso criativo do público infantil, diferenciado em cada um.
O critério de excelência, nestes casos, é o quanto o aluno consegue aproximar sua produção artística do molde que lhe foi concedido. Não importa, portanto, a liberdade de interpretação de cada criança ou o toque de qualidade de sua obra, independente da fidelidade ao modelo imposto pela prática pedagógica. Assim o ensino de arte visa, na práxis, preparar o aluno para que ele possa escrever com a devida coordenação motora, ou conquistar o dom de delinear letras e números.


Publicado por: Karine Estefani dos Santos
Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia
Pela Faculdade Anhanguera de Anápolis

Referencia
http://www.infoescola.com/artes/arte-na-educacao-infantil/

Filmes que ensinam

Quem não gosta de assistir um bom filme. E quando o filme além de divertir ainda ensina. Não estou falando de filmes chatos não, estou falando de filmes que irá encantar seus alunos e ainda contribuir com o ensino e aprendizagem. Não é demais, então comece agora mesmo a usar mais esta ferramenta para dar mais vida a suas aulas.

Confira abaixo a lista dos filmes mais usados na educação:




51 Filmes Pedagógicos e Outros Diversos/online


01. A Missão-
02. O Nome da Rosa- 
03.Em Nome de Deus "Pedro Abelardo e Heloísa"
04.O Morro dos Ventos Uivantes
05. O Conde de Monte Cristo
06. O Mercador de Veneza
07. Sócrates
08. Central do Brasil
09. A Estrada
10. As 7 Regras do Amor
11. Desafiando Gigantes
12. A Prova de Fogo(Fireproof)
13. Ao Mestre com Carinho
14.O Som do Coração
15.Um Homem de Família
16. Forrest Gump-O Contador de Histórias
17. A Cor do Paraíso
18. Um Refúgio no Passado
19. Cidade do Silêncio(História Real)
20. Império do Sol
21. O Mestre da Vida (História Real)
22. O Lobo da Estepe
23. Vivos (História Real)
24. Stigmata
25. No Limite do Silêncio
26. Peggy Sue-Seu Passado a Espera
27. O Diário de Anne Frank
28. Premonições
29. Um Doce Olhar
30. As Coisas Impossíveis do Amor


13 FILMES para Educação Infantil e Ensino Fundamental do 1° ao 5° ano

01. Irmão Urso
02. Irmão Urso 2
03. A Bruxinha e o Dragão
04. Alice no País das Maravilhas
05. João e Maria
06. A Fantástica Fábrica de Chocolate
07. James e o Pêssego Gigante
08. Branca de Neve e os Sete Anões
09. A Incrível Jornada 2: Perdidos em São Francisco
10. Mogli - O Menino Lobo 2
11. A Incrível Jornada
12. Labirinto - A Magia do Tempo
13. Dennis, o Pimentinha


08 FILMES Religiosos

01. Madre Teresa de Calcutá
02. Santa Rita de Cássia
03. O Milagre de Fátima
04. Joana D'Arc 1948
05. Aparecida - O Milagre
06. Os Dez Mandamentos
07. Santa Teresinha
08. Bakhita A Santa


Por: Adriana Andrade Borges
Graduada do Curso de Licenciatura em Pedagogia
Pela Faculdade Anhanguera de Anápolis

Referências:

http://josivaniafreitas.blogspot.com.br/p/filmes-pedagogicos-e-outros.html




Criança e a aprendizagem





As crianças são seres em formação que aprendem brincando, entretanto para isto é necessário que a elas sejam dada as condições adequadas tanto para brincar quanto para aprender. Para que a aprendizagem seja uma aprendizagem que garanta o seu desenvolvimento social, cultural e cognitivo, mas sem perder a sua essencialidade, ou seja, o seu jeito natural de aprender.

Professores e educadores no link abaixo vocês poderão encontrar varias ferramentas para ajudá-los a auxiliar a criança em seu desenvolvimento. Além da reportagem com Beatriz Ferraz consultora em Educação Infantil e coordenadora da Escola de Educadores, em São Paulo.


Por:  Weverson das Graças Santos 
Graduando do Curso de Licenciatura em Pedagogia
Pela Faculdade Anhanguera de Anápolis

sábado, 30 de maio de 2015

Aula Fora ou Estudo do Meio




Quem não gosta de novidades, de fazer algo diferente? Provavelmente todos responderiam sim para esta pergunta, se um adulto gosta de novidade, imagine as crianças. É ai que você professor(a) poderá dinamizar as suas aulas.

A aula fora da sala proporciona ao aluno o contato direto com o natural e com o social, alem de ser uma pratica educativa. No estudo do meio o aluno é mobilizado para a ação, o que desenvolverá a sua intelectualidade e o desenvolvimento cognitivo.

É um jeito de sair da rotina, mas sem perder o foco educativo, os objetivos principais desta técnica são:

1. Criar condições para que o aluno entre em contato com a  realidade circundante, promovendo o estudo de seus vários aspectos de forma direta, objetiva e ordenada.

2. Propiciar a aquisição de conhecimentos geográficos, históricos, econômicos, sociais, políticos, científicos, artísticos etc., de forma direta por meio da experiência vivida.

3. Desenvolver as habilidades de observar, pesquisar, descobrir, entrevistar, coletar dados, entrevistar, coletar dados, organizar e sistematizar os dados coletados, analisar, sintetizar, tirar conclusões  e utilizar diferentes formas de expressão para descrever o que observou.


É preciso seguir algumas etapas para que possa atingir os objetivos da aprendizagem, sendo assim deve seguir as seguintes fases: planejamento, execução, exploração e apresentação dos resultados e por ultimo avaliação. 

Por: Cristina Rodrigues da Costa
Granduanda do curso de  Licenciatura em Pedagogia
Pela Faculdade Anhanguera de Anápolis


Referencias

Haydt, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral / Regina Célia Cazaux Haydt. - 8.ed. - S'ao Paulo : Ática, p. 212-215, 2006.



sexta-feira, 29 de maio de 2015

   Para que eu, você professor... Possamos lidar, com maior segurança, com a orientação e a formação de outros leitores, é necessário que: preocupemos com nossa própria formação de leitor, já que isso nos levará ao melhor conhecimento do que é a história dos livros, apurará nosso gosto pessoal e dará maior segurança ao nosso trabalho.

Pessoal, esta frase tirei de uma questão das atividades do AVA gostei muito!!
Beijos... Adriana Andrade
 TEMAS PARA MÉTODOS DE PROJETO


São vários os temas que podem ser trabalhados através do método de projetos.




espacoalfaletrar.blogspot.com

Por: Ana Moura Tavares Moreira.
Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia
Pela Faculdade Anhanguera de Anápolis, GO.
Nos dias atuais é preciso muito mais do que apenas transmitir conteúdo. É necessário despertar o interesse do aluno quanto à aprendizagem, por isto o trabalho com projetos pode ser um bom caminho para despertar o interesse dos alunos na busca pelo conhecimento. 
O trabalho com projetos ajuda professor e alunos a atingir metas de ensino e aprendizagem. Alem de colaborar para o pleno desenvolvimento do aluno, pois estimula o aluno a buscar o conhecimento.
De acordo com o professor Nerici o método de projetos leva o aluno a projetar algo de concreto e executá-lo seja individualmente ou em grupo. Ainda segundo ele ajuda a desenvolver o raciocínio, pois desperta o exercício do pensamento com valor funcional.
Um dos grandes benefícios do trabalho com projetos é que a aprendizagem é realizada em situação real e integrando pensamento, sentimento e ações dos estudantes.
Através do trabalho com projetos o aluno se torna proativo, pois é ele quem vai atrás da informação através da pesquisa para resolução de problemas, o que contribui com a construção de sua experiência.
Apesar do método de projetos não ter rigidez nos procedimentos é importante seguir algumas etapas como: deixar que os alunos escolham o projeto, ou seja, o tema a ser trabalhado, sempre é bom planejar as etapas a ser realizadas durante o projeto, coletar as informações e obter os materiais necessários previstos para sua execução,executar, apresentar em classe, apreciar e avaliar o trabalho desenvolvido.
 

Por: Ana Moura Tavares Moreira.

Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia
Pela Faculdade Anhanguera de Anápolis, GO.


Referencias
Haydt, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral / Regina Célia Cazaux Haydt. - 8.ed. - S'ao Paulo : Ática, p. 212-215, 2006.


http://sitededicas.ne10.uol.com.br/art_pedagogia_projetos.htm

quarta-feira, 27 de maio de 2015


Reflexão

Pedras no Caminho


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida
é a maior empresa do mundo…
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história…
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma…
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um ‘não’!!!
É ter segurança para receber uma crítica,
mesmo que injusta…
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…
(Fernando Pessoa)


Olá Pessoal Sou a Rhayanne Ferreira estou aqui para deixar essa frase reflexiva para vocês...


ENTREVISTA


Com mestrado e doutorado em educação e pós-doutorado na área de formação de professores no ensino superior, Leda Scheibe é professora da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). Vice-presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e membro do Conselho Técnico Científico da Educação Básica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ela é aposentada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde continua a trabalhar como professora titular voluntária.
Em entrevista ao Jornal do Professor, Leda Scheibe fala sobre a importância da formação superior para os professores da educação básica e diz que a exigência de uma escolaridade maior e melhor tem aumentado. “A universalização da formação superior dos professores é uma tendência mundial e cada vez mais se justifica frente aos desafios educacionais”, ressalta.
Ela acredita que, neste momento, é preciso investir no processo de discussão e aprovação do Plano Nacional de Educação para a década 2011 – 2020. Em sua opinião, o Plano Nacional de Educação é o instrumento disponível para, efetivamente, apontar estratégias que induzam estados e municípios a investir em planos de carreira e no pagamento de salários dignos aos professores.
Jornal do Professor - Qual é a importância da formação superior para os professores? Um professor com curso superior tem mais condições de ensinar do que um que tenha apenas o curso Normal?
Leda Scheibe - A FORMAÇÃO INICIAL é um momento chave da construção de uma socialização e de uma identidade profissional. A formação dos professores para a escola básica, hoje, não pode mais prescindir de uma formação em curso superior como base para sua atuação docente. Tal requisito tem fundamento na compreensão de que a valorização do professor, tão cantada em prosa e verso, depende não apenas, mas também, de uma formação aprimorada, valorizada pela profundidade dos estudos e mesmo pelo tempo de formação.
O professor é um profissional que lida com formação de crianças, jovens e mesmo de adultos, e que tem como principal conteúdo para o seu trabalho, o conhecimento. Isto não é pouca coisa - sua tarefa é socializar o conhecimento sistematizado, fazer a mediação entre a cultura e o educando, formar indivíduos críticos... Cada vez mais as pessoas precisam para sua sobrevivência, dominar o conhecimento que se amplia dia a dia... Mais e melhor escolaridade é, portanto, uma exigência que só tem se ampliado. O professor está no centro deste movimento que incorpora cada vez mais informações e necessita cada vez mais, para isto, uma formação sólida e cultural, que extrapola a que diz respeito unicamente à disciplina na qual será docente, e o conteúdo pedagógico.
Profissionais cada vez mais qualificados e permanentemente atualizados são exigências do trabalho docente que se complexifica e requer do professor um papel de intelectual no sentido que lhe deu Gramsci. O panorama atual revela que é de se esperar que mais e maiores cobranças recaiam sobre os professores, exigindo deste uma compreensão ampliada do mundo, do trabalho, da ciência, da cultura... A educação pouco pode avançar se o professor não tiver este perfil de pessoa com uma compreensão da cultura, para além dos conhecimentos específicos da sua área de trabalho.
A universalização da formação superior dos professores é uma tendência mundial e cada vez mais se justifica frente aos desafios educacionais.
JP - Como a senhora avalia a formação dos professores, de maneira geral? As instituições de ensino estão preparadas para formar bons professores?
LS - A formação de professores no Brasil é um desafio para seus governantes e para as instituições de ensino que abrigam os cursos que ofertam esta formação. Há instituições preparadas para um bom ensino e no qual os profissionais podem ser bem formados. Mas o que caracteriza, de uma maneira geral, esta oferta, é a condição desigual que temos hoje nos processos de formação de professores: presencial, a distância, três ou quatro anos para a realização dos cursos, ensino diurno e noturno, instituições públicas e privadas etc. Cinco formatos institucionais dão hoje abrigo aos cursos de formação de professores: escolas normais de nível médio; universidades que oferecem os cursos de licenciatura; instituições de ensino superior (IES) em geral, ou seja, centros universitários, faculdades integradas ou faculdades isoladas que oferecem licenciaturas em geral; institutos superiores de educação, criados pela LDB/1996, para funcionar no interior das IES e para assumir toda a formação inicial e continuada de professores; institutos federais de educação tecnológica (IFETS) que podem ofertar tanto as licenciaturas tradicionais com licenciaturas específicas para a educação profissional.
A desigualdade nos processos de formação é preocupante por incorporar desigualdade na qualidade da formação. É um desafio para o país, portanto, romper com o processo histórico de desvalorização social do professor, e caminhar no sentido de uma qualidade de formação mais igualitária.
A formação de professores é sobretudo um problema político: é atravessada pela concepção de sociedade e de projeto de futuro para uma país. Por isso, é preciso destacar que os currículos de formação dos docentes passam por definições nas quais os projetos societários de nação estão presentes de alguma forma, e, portanto, concepções em disputa atravessam os projetos de formação. Como encarar nos projetos de formação dos nossos quadros docentes os novos quadros teóricos, os novos aportes do desenvolvimento científico, os novos equacionamentos dos tempos e dos espaços que requer a virtualidade frente à prática pedagógica? São desafios postos...
Há que apostar, portanto, em processos formativos de docentes cada vez mais inseridos nas novas exigências da atualidade, sem deixar de levar em conta, ao lado da preparação técnica e conteudista dos professores, das necessidades de mudança social , a perspectiva da inclusão escolar, do direito à educação, das necessidades coletivas se sobrepondo ao individualismo, da multidisciplinaridade etc.
JP - Dados do Censo da Educação Básica de 2010 revelam que do total de dois milhões de professores, 1,4 milhão têm idade entre 33 e mais de 50 anos. Como a senhora avalia isso?
LS - Com preocupação. Os dados oficiais também têm revelado que a procura pelos cursos de licenciatura tem decaído nos últimos anos, mesmo que haja oferta de vagas no mercado de trabalho. Isto revela o quanto a carreira docente não é uma profissão atrativa para os jovens.
JP - O que é necessário fazer para atrair para as carreiras docentes os jovens que estão ingressando nas universidades?
LS - Sabe-se que esta questão passa pelo salário dos professores, pela falta de carreira docente na maior parte dos sistemas de ensino no país, pelas condições concretas de trabalho, nas escolas, e também pelo cuidado com sua formação na graduação. No momento, certamente cabem medidas tais como bolsas de estudo para ingressantes nas licenciaturas, não apenas para que possam desenvolver a sua formação com tempo para estudar e manter-se como estudante, sem precisar trabalhar e necessitar apelar para curso noturno. Mas também para que sejam atraídos para os cursos de licenciatura.
JP - Como senhora vê a avaliação de professores?
LS - Esta é uma questão que está em pauta, por diversas razões. Por um lado, pela efetiva necessidade de avaliar o trabalho docente para detectar suas necessidades, rever as posturas dos docentes, sentir o que falta em termos didático-pedagógicos e também de conhecimento curricular... Enfim, pela importância diagnóstica que tem a avaliação, como um elemento de promoção do trabalho docente e das condições de ensino.
Por outro lado, há hoje uma insistência avaliativa no sentido daquilo que está sendo denominado de responsabilização do professor pelos resultados da aprendizagem dos alunos, e sua culpabilização por fatores relacionados com a falta de condições educacionais.
Garantir a qualidade da educação nas escolas e promover a educação profissional dos professores é uma necessidade. Promover o crescimento profissional do professor. Mas usar, por exemplo, o desempenho dos alunos em testes específicos para avaliar as habilidades do professor pode representar equívocos que passam por fatores que vão além do controle do professor.
Penso ser necessário rever a ascensão da avaliação de resultados e fazer da avaliação um elemento da formação humana e não da exclusão (segregação das camadas mais pobres em guetos escolares, desestruturação profissional do magistério, ansiedade dos atores educacionais, ranqueamento das escolas etc). Considero necessária a avaliação do estágio probatório dos professores como um exemplo da avaliação como elemento de formação. No sentido de um acompanhamento do trabalho de quem se inicia na carreira profissional. O estágio probatório é um momento privilegiado de aprendizagem para o profissional docente. Mas seria necessária a participação de professores experientes neste processo de avaliação, como orientadores do trabalho. Sabemos que, mesmo constituídos como exigência pela Constituição brasileira e por leis estaduais, os estágios probatórios não estão sendo efetivamente implementados.
JP - O que os professores podem fazer para enfrentar os desafios da carreira?
LS - Ações de diversas naturezas podem ser feitas para enfrentar os desafios da carreira pelos professores. Professores são pessoas com idéias, com experiências, com imaginação, com ideais. Mas principalmente são uma categoria profissional, o que exige deles/delas ações integradas. Seja na escola, no sindicato ou em outras associações vinculadas ao trabalho docente. Movimentos de solidariedade para com as necessidades coletivas. Formar equipes multidisciplinares nas escolas para ampliar o seu olhar. Construir com os outros profissionais da educação, no sindicato dos professores, instrumento de avaliação dos professores. Socializar bons planos de aula na internet. Lutar para ampliar o tempo de convivência na escola e por mais tempo para planejar suas atividades. Novas tecnologias da comunicação requerem mudanças.
JP - O Ministro da Educação defende a valorização do magistério e entende que o piso salarial e a carreira não devem ser dissociados. Como fazer com que estados e municípios invistam em planos de carreira e paguem o piso salarial do professor?
LS - Neste momento é preciso investir no processo de discussão e aprovação do Plano Nacional de Educação para a década 2011 – 2020. É importante ter clareza sobre a indissociabilidade entre questões de formação, condições de trabalho, salário e carreira para a valorização do magistério. O Plano Nacional de Educação é, no momento, o instrumento que temos para efetivamente apontar estratégias que induzam os estados e municípios a investir em planos de carreira e no pagamento de salários dignos para os seus professores. Recentemente a Conferência Brasileira de Educação (Conae) discutiu à exaustão a necessidade de criação de um Sistema Nacional de Educação para que a nação não fique refém de políticas educacionais setorizadas que desconsideram a necessidade de dar prioridade à educação. Como o Brasil é um país federativo, a adesão às políticas que têm sido discutidas e definidas nacionalmente como fundamentais para o crescimento educacional fica à mercê de determinadas coações... Mas é preciso pelo menos cumprir a lei, neste país. E a lei determina a existência de um piso salarial mínimo e a existência de planos de carreira em todos os sistemas de ensino....
Referencia: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/noticias.html?idEdicao=57&idCategoria=8

Por Rhayanne Ferreira da Silva 5° período Disciplina: Projeto Multidisciplinar III